terça-feira, 21 de agosto de 2007

desta nossa esquerda idiota ou destes nossos idiotas de esquerda

Nunca acreditei muito nas nossas forças de segurança; sempre tive a ideia de que abusavam do poder e preocupavam-se mais com coisas pequenas do que com o bem-estar dos cidadãos e o respeito da leis. O que vale é que apareceu o Verde Eufémia, milícia popular, para ajudar a nossa polícia a combater o mal e livrar o mundo da ameaça transgénica.

Andam por aí a dizer que não se esconderam para fazer o que fizeram, mas ainda não apareceu ninguém do movimento a justificar a acção. Sim, porque o porta voz do grupo não faz parte dele nem participou na acção. Nunca ouvi coisa tão estapafúrdia, mas os cérebros transgenicamente enfumados desta organização devem ter achado uma ideia brilhante. Não é, e deviam era ir todos presos por gastar tempo, tinta dos jornais e, acima de tudo, paciência dos portugueses.

Se queriam oferecer milho biológico para que o agricultor mudasse a cultura de transgénica a biológica, deviam fazê-lo antes de - aliás, sem! - destruir o trabalho do agricultor em questão. Com esta acção bué da radical vão custar milhares de euros ao estado e, consequentemente, a todos os portugueses: deviam ser eles a pagar!

Dizem que foi uma acção totalmente pacífica. Que eu saiba, destruir não tem nada de pacífico, antes pelo contrário. Aliás, só o facto de se formar uma milícia deve ser visto como um acto intimidatório e ameaçador.

Por último, mas não menos importante, ninguém vos pediu nada! Se querem lançar o debate, façam-no da forma correcta: através da televisão e rádio pública, da internet, através de debates ou tertúlias. Mais ainda: se acham que algo é contra a lei, alertem as autoridades competentes.

E já agora, informem-se antes de informar, porque para malformados já sois mais que os suficientes.

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sexta-feira, 17 de agosto de 2007

do comércio tradicional cultural ou da falta dele ii

Tenho de admitir que fui infeliz na escolha do título para o post anterior; referia-me em exclusivo ao comércio cultural, isso sim. A minha ideia era aproveitar e dinamizar os espaços comerciais abandonados no centro da cidade. Lembro-me do Lafayette, da Galeria da Rua dos Chãos, do Centro Comercial Santa Bárbara, mas em especial do Centro Comercial Santa Cruz, que é de todos o que tem mais espaço livre e ocupa um espaço privilegiado: as costas do Theatro Circo.

A minha ideia não é nova e é inspirada tanto em Urueña como na portuense Rua Miguel Bombarda. Consistia no apoio à criação de pequenas lojas de comércio cultural alternativo - e falo em lojas de música, livrarias e até roupa - e ao arrendamento de espaços para ateliers e escritórios a jovens artistas.

Não seriam lojas para concorrer com fnaques ou bertrandes, mas antes para responder às necessidades de consumo de uma importante fatia dos consumidores; jovens que viajam frequentemente ao Porto e a Lisboa para saciar essas necessidades. Falo da oposição ao conservadorismo católico que já resultou em bandas como os Mão Morta ou os Um Zero Amarelo ou em associações culturais como a Velha-a-Branca. Falo de uma parte importante da juventude urbana bracarense, não só de meia dúzia; falo de pessoas que sacam mp3 mas também consomem música e tudo o que gira à volta dela; de pessoas a que não chega a Centésima Página e uma Feira do Livro uma vez por ano; de criadores - independentemente da arte -; de bracarenses que merecem ser tratados como tal.

Não faz sentido pensar em criar lojas de discos para rivalizar com um fnac, mas faz sentido pensar em lojas de discos especializadas e de raridades; não faz sentido pensar em criar mais livrarias especializadas em manuais escolares, mas fazem falta livrarias especializadas e que apostem em versões originais de livros não editados em Portugal - falo de mais Centésimas Páginas; não faz sentido criar lojas para rivalizar com lojas de decoração ou roupa normais, mas o retro e alternativo é um mercado por explorar na nossa cidade.

Penso que é importante apoiar também os criadores não-musicais bracarenses. E se há espaço, porque não torná-lo útil e rentável?

Cultura também é isto, na minha opinião.

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do comércio tradicional ou da falta dele

Por estes dias reparei que das lojas de discos em Braga - que já eram poucas! - só sobraram duas: a Carbono - que passou a Louie Louie e até cresceu um bocadito - e a Scorpius. A cultura não é só exposições e concertos, mas é também mercado e consumo. Seria de mau tom apoiar a criação de lojas de discos, livrarias ou salas de exposições? Penso que não. O comércio cultural parece-me, aliás, importantíssimo para uma cidade que pretende ser capital cultural. E sim, acredito que Braga tem espaço e carisma para ser um pólo cultural; falta é trabalho e vontade das instituições.

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da participação dos cidadãos

Lembro-me de ler num dos jornais bracarenses que a Câmara Municipal de Braga estava receptiva a propostas dos bracarenses para o Plano de Actividades. Penso que o prazo estava fixado em 14 de de Setembro, mas no site da Câmara não encontrei nenhuma informação a esse respeito. Alguém se lembra disto?

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o que diz a imprensa .1

Como estou de férias, não posso aceder à versão papel dos diários bracarenses e por isso tenho de recorrer às versões online. Ora, o Correio do Minho anda em reformas e os não-assinantes do Diário do Minho só têm direito às gordas e ao primeiro parágrafo das notícias. Ainda assim, duas notícias que gostava de ler e discutir convosco:

Hospital de Braga contemplado com 24 vagas de especialidades.
A directora clínica diz que é um sinal do prestígio atingido, mas eu pergunto-me qual é o alcance real destas medidas. A primeira fornada de médicos formados na Universidade do Minho ainda vai a tempo? O que vai acontecer ao São Marcos e à equipa quando abrir o outro hospital? Gostava de ler a vossa opinião, e em especial as opiniões do Vítor Pimenta e do Pedro Morgado, por razões óbvias.

Hotéis de Braga satisfeitos com ocupação.
Ontem falamos do turismo e esta notícia deixa-me bastante satisfeito. Pergunto-me é se os que agora ocupam os hotéis irão de Braga satisfeitos e com vontade de voltar. Pergunto-me se a visita correspondeu às expectativas e se Braga os deixou com vontade de voltar; se pensam recomendar a cidade aos amigos ou se lamentam o não terem optado por férias à beira-mar.
Braga tem de se afirmar como destino de turismo histórico e religioso de excelência, para que possa rivalizar com as praias. E ainda assim, acho que a Câmara Municipal de Braga não perdia nada em promover excursões turísticas às praias de Esposende - digamos, dois autocarros por dia a ir e a voltar; mas isso já é outra história.

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quinta-feira, 16 de agosto de 2007

do turismo em braga e no minho

Braga, por si só, vale pouco enquanto destino turístico. Nem os poucos vestígios romanos, nem as igrejas, nem mesmo o centro histórico justificam que se perca mais de um fim-de-semana a visitar Braga.

Falo de Braga, mas podia falar de Guimarães, Viana do Castelo ou Vila Nova de Cerveira. Não há no Minho nenhuma cidade com verdadeiro potencial turístico e por isso talvez tivesse mais lógica pensar o turismo regionalmente. Com a criação e divulgação de um bom Guia Turístico que mostrasse que se pode fazer de tudo no Minho; o desenvolvimento de uma linha de transportes vocacionada para a mobilidade entre as principais cidades minhotas, ao invés de uma linha de transportes que serve apenas e só o Porto; o desenho de rotas turísticas que não só através dos autocarros, mas apostando também no aluguer de bicicletas a baixo custo, para que o contacto com a cidade seja real e com o apoio à criação de unidades empresariais de pequena dimensão em todo o Minho, penso que podíamos caminhar para uma oferta turística profissional e de qualidade.

O Minho é verde, mas é também mar e montanha; o Minho é vinho verde, mas é também alvarinho; são rojões, bola de sardinhas, papas de sarrabulho e frigideiras, mas também são clarinhas de fão ou bolas de berlim do natário; o Minho são os minhotos e também eles são diferentes de todos - e recebem como ninguém.

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quarta-feira, 15 de agosto de 2007

da braga e arrabaldes

Tenho assistido com muito interesse à digitalização do debate político local e também eu quero participar e trabalhar na mudança. Porque acredito que as cidades devem servir os cidadãos e, acima de tudo, porque tenho a certeza de que ainda há muito a fazer para que isso aconteça em Braga, junto-me a vós, caros vizinhos, neste debate que se quer aceso e - porque não? - inflamado.

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